Projeto de moda inscrito no Prêmio ECO FASHION
BRASIL 2ª Edição - 2008 Introdução
I. Nome e descrição da mini-coleção
Temática Proposta
Antropofagia, ontem, hoje e sempre.
Tema e Conceito
Reconstruindo a Emília
II. Croquis dos looks
Introdução
Conhecer o significado do termo ECOLOGIA é o primeiro passo
para a criação da coleção para o PREMIO ECO FASHION BRASIL.
A Ecologia é a parte da Biologia que estuda os danos
ambientais, a escassez de recursos naturais, poluição ambiental suas causas,
conseqüências e como resolver tais problemas.
Quando se fala em ecologicamente correto em moda, muitos
pensam em tecidos naturais, isto nem sempre é real. O cultivo do algodão com uso
de agrotóxicos, faz das fibras produzidas a partir do mesmo, um produto que
agride a natureza. O algodão orgânico que é ecologicamente correto, mas ainda
não possui produção para atingir a demanda. Por outro lado, quando se fala em
poliéster, alguns dizem ser apenas plástico, o que não deixe de ser verdade,
porém se levarmos em consideração que uma roupa com este tecido, se for
produzida com qualidade, dura em média 20 anos, e que segundo pesquisa realizada
nos Estados Unidos, 70% dos entrevistados compram e usam roupas de segunda mão,
20% apenas usam e 10% não usariam, chegamos a conclusão que quanto maior a vida
útil do tecido (ou roupa), menor serão os resíduos que voltam à natureza. Não
bastassem tais argumentos, ainda podemos considerar que o poliéster já possui
usinas de reciclagem de roupa, isto é, as roupas voltam para a indústria de
fiação e saem de lá novas fibras para a indústria têxtil.
A nossa proposta ecologicamente correta baseia-se em dois
pontos importantes:
1 - Reutilização da roupa pelo processo de reciclagem acima
mencionado, passando de um consumidor para outro, ou pela versatilidade das
peças que visa um menor numero de produtos com maior opção de uso.
2 – Aproveitamento de resíduos das indústrias de confecção,
retalhos, sobras de tecidos.
Nome e descrição da mini-coleção (15 looks), dentro
do propósito temático;
Temática Proposta
Antropofagia, ontem, hoje e sempre.
Depois de estudar um pouco mais o significado de antropofagia
segundo Oswald de Andrade, concluímos que as informações culturais sejam elas
quais forem devem ser assimiladas, processadas e usadas para a construção de uma
identidade própria.
Esta temática somada às tendências de moda para o verão
2008-2009, nos deu a idéia de reconstruir a Emilia de Monteiro Lobato.
A exaltação cultural brasileira está contida em cada linha
das historias de Lobato, dentro destas histórias encontramos a Emilia que é a
representação gráfica de uma das mais fortes tendências de moda para a próxima
estação, o patchwork.
A idéia de usar o patchwork está inserida em nosso conceito
de coleção ecologicamente correta, isto é, reaproveitar pedaços de tecidos que
seriam descartados pelas indústrias de confecção, formando uma versão brasileira
das tendências desfiladas pelo mundo para o verão 2008/2009.
Usar a cultura das diversas etnias que deram origem a nós
brasileiros é fundamental para a construção de nossa própria cultura.
Tema e Conceito
Reconstruindo a Emília
Emilia nasceu boneca de pano para alegrar a narizinho no
sitio do Pica-Pau Amarelo. História de Monteiro Lobato com tempero típico
brasileiro.
Reconstruindo a Emilia conta a história da boneca que virou
gente, e como gente, cresceu e se tornou mulher! Com apoio da família, estudou,
viajou o mundo, conheceu outras culturas, outros olhares para o mundo, novos
ângulos para olhar a vida e tudo que brota ao seu redor.
Descobriu que assim como ela, que fora construída a partir de
retalhos que sobraram das roupas, haviam outros iguais, descobriu o patchwork,
aprendeu a reciclar, usar com sabedoria tudo o que a natureza lhe dava. Uma das
grandes descobertas de Emilia, foi sobre os tecidos, reciclar não era apenas
usar as sobras e reconstruir, hoje, com tanta tecnologia têxtil, até o tecido de
poliéster, que parecia tão antinatural, tem fabricas de reciclagem onde, de
roupas, se tornam novas fibras as quais serão utilizadas para criar novos
tecidos.
Enfim Emilia voltou para casa, cheia de novidades, idéias, e
uma grande inquietação! Como transformar tanta informação, tanta cultura de
outros povos em um projeto com a cara do Brasil?
Perguntava às estrelinhas do céu: __O que posso fazer? E a
resposta era sempre a imagem da Kuca (personagem da história de Monteiro
Lobato), com o seu caldeirão. Então pensou:
_"Se colocar o que aprendi dentro do caldeirão da Kuca e
jogar um pouco de pó de pirlimpimpim, acho que sai alguma coisa."
Assim o fez, não demorou até que as idéias começassem a sair
do caldeirão em forma de vapor, entraram em sua cabeça, fundiram-se, e nasceu a
vontade de ser uma pessoa melhor.
Para ajudar Emilia nesta nova fase, resolvemos reconstruí-la,
não o corpo que agora é humano, nem a personalidade tão bem definida por Lobato
e que agora vê a vida com mais responsabilidade, vamos reconstruir suas roupas.
Emilia vai usar Eco Moda, seu novo guarda-roupa nasce usando
sobras de tecidos, tecido reciclável, alguns acessórios que seriam descartados.
É uma coleção versátil, roupas que podem ser desmontadas, ou que tenham mais de
uma opção de uso.
Quando se fala em roupa de boneca, muitas vezes pensamos em
barbies ou suas amigas tão bem vestidas, a coleção da Emília traz modelos que
podem vestir as barbies com um jeito bem brasileiro.
A Emília desta coleção vem com a cara dos anos setenta com
algumas referencias dos anos cinqüenta e é composta por maxi dresses com
recortes, patchwork, vestidos confeccionados a partir de retalhos, com detalhes
em bordado imitando a costura feita a mão que a vovó usava para unir os pedaços
de tecidos.
Vestidos curtos que podem ser usados como saias longas,
falsos vestidos, isto é, saia e blusa que juntos parecem ser um vestido.
Vestidos com sobre saia que pode ser removida dando um aspecto diferenciado à
peça.
Com as sobras dos Máxis foram confeccionados outros
vestidos mostrando o reaproveitamento que é a base ecológica desta coleção
juntamente com o uso do poliéster que, já pode ser reciclado para dar origem a
novas fibras, evitando assim que estas roupas retornem à natureza.
V. amostras dos materiais/tecidos propostos para os
trajes;
Tecidos
Musseline
Tecido muito leve e transparente, com toque macio e fluido,
desenho tafetá, fios de poliéster ou poliamida, com torções elevadas.
Crepe chifon
Tecido semelhante a musseline, geralmente de poliéster, muito
leve e transparente com textura levemente enrugada, de toque macio e fluido.
Crepe Georgete
Tecido, de origem francesa, com ligamento tafetá, cujos fios
são de crepe de seda, poliéster, ou viscose. Utiliza tanto no urdume quanto na
trama, fios retorcidos (torção crepe) dispostos dois fios com torção no sentido
S e dois no sentido Z. É uma musseline mais pesada, porém ainda transparente, e
com um lado áspero. Quando apenas um sentido de torção é utilizado no urdume e
na trama, pode ser conhecido como Crepe Suzette.
Microfibra
Nome genérico dado a tecidos de poliamida ou poliéster,
obtido a partir de fios com filamentos individuais iguais ou menores do que 1
Denier.
Os tecidos produzidos com Microfibras possuem como
características, o toque sedoso, vestem muito bem, encolhimento da peça
extremamente baixo, alta resistência, baixo abarrotamento e bom isolamento
quanto a vento e frio. As características das microfibras permitem a fabricação
de tecidos leves e de toque bem mais agradável do que aqueles produzidos com
fios ou filamentos artificiais ou sintéticos.
Voal
Tecido tipo musseline, mais pesado produzido com fios muito
finos (porém mais grossos que o da Musseline) altamente torcidos e com baixa
densidade, resultando numa aparência fluida, leve e transparente. Muito usado
para cortinas.
VI. avaliação sócio-ambiental de cada material ou
produto pesquisado a ser utilizado bem como seus possíveis fornecedores,
considerando-se os seguintes estágios e parâmetros:
Para esta coleção foram usados tecidos 100% Poliéster, tendo
em vista a durabilidade deste tecido que é de pelo menos vinte anos, optamos por
uma matéria prima que possa ser 100% reciclável.
Algumas indústrias fazem esta reciclagem a bastante tempo, se
temos uma roupa que deve durar vinte anos, esperamos que neste tempo, industrias
como a Asahi Kasei Têxtil, estejam espalhadas por todos os continentes, acabando
assim com um dos poucos problemas que a reciclagem de roupas de poliéster
enfrenta que é o problema de logística (coleta de material para a reciclagem).
A - MATÉRIAS-PRIMAS:
B - PROCESSO PRODUTIVO:
C - PRODUTO FINAL (TECIDO/PRODUTO):
Matérias-primas: Todos os tecidos usados são 100%
Poliéster, o processo produtivo é o processo normal para a fabricação de
fibras e posteriormente fios de poliéster, O produto final permanece
inalterado, ou seja, absolutamente igual aos tecidos de poliéster disponíveis no
mercado têxtil.
Como mencionamos anteriormente, defendemos o uso de um tecido
que possibilite uma durabilidade maior à roupa, desta forma ela poderá ser
reutilizada por vários consumidores, ao final de sua vida útil, esta roupa
poderá ser reciclada dando origem a novas fibras para a produção de novos
tecidos.
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